quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A Rosa.

“Como a tremer de frio e frouxo,
Cada reposteiro rouxo.” (Poe)

“ -Uma flor, acho que ela me cativou...
- É bem possível, disse a raposa, vê-se de tudo nesse mundo...”
(Antoine de Saint-Exupéry)

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Perdoem-me os meus versos,
Pois que sou melhor em prosa.
Se risco minha caneta,
Faço-o em nome da rosa.

Sendo estranha nem um pouco,
Já que me julgaram louco...
Eis que um dia entrou voando,
Adentrando a janela.
----(poesia é o que se espera,
Se sentado na janela?)
Sendo pássaro cantando,
Pois que entrou e ali ficou.
E já não me esqueço dela.

Era noite, madrugada.
O vento soprava forte.
Eu jazia sem amada,
coração fadado a sorte.

Se a sorte eu esperava,
Será por ali que andava?
Podia bem estar cantando,
Já sentada na janela...
-----(arrepio é o que se espera,
Se sentado na janela?)
Sendo pássaro voando,
Pois que chegou e ali sentou.
E já não me esqueço dela.

Das cortinas viu-se um sopro.
Era o vento em canto frio.
Já dizia baixo e rouco:
“Vais como volta, vazio”.

E a rosa foi-se embora,
Tão linda quanto viera.
De tal forma estranha e bela,
Que já não me esqueço dela.

Eu já não me esqueço dela.

Um comentário:

silencio disse...

Que lindo esse poeminha, Larissa! Poesia na medida certa, construída com simplicidade e belas imagens. Gostei mt =]